Vizinho

Pra quem já foi nos visitar sabe que temos poucos vizinhos por morar numa quadra em que só há terrenos à venda (aliás estão bem baratos se alguém quiser experimentar a vida pacata do interior). Temos apenas um em frente, uma casa onde vive uma família. Então valorizamos muito a companhia de um que mora no poste ao lado e tem uma vista privilegiada.

Isso é Primavera que se apresente?

Aqui no sul pelo menos em Camaquã a primavera não veio. Ainda não.
E fico me perguntando e se ela não vier. E se só aqui vivermos um eterno e gelado e chuvoso inverno.


Mas que bobagem... a primavera sempre vem, um dia ela vem.

Visitas

Desde que a gente se mudou recebemos muitas visitas. Esses são alguns dos registros de quem já passou por aqui.

Atualidade

É impressionante. E é muito triste, mas mesmo escrita há 20 anos por Renato Russo
essa letra poderia ter sido feita na semana passada
ou mesmo hoje.

Nas favelas, no senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação

Que pais é este?

No Amazonas, no Araguaia, na Baixada fluminense
No Mato grosso, nas Gerais e no Nordeste tudo em paz
Na morte eu descanso mas o sangue anda solto
Manchando os papéis, documentos fiéis
Ao descanso do patrão

Que pais é este?

Terceiro Mundo se for
Piada no exterior
Mas o Brasil vai ficar rico
Vamos faturar um milhão
Quando vendermos todas as almas
Dos nossos índios num leilão.

Que pais é este?

Fama

Ah! Sabem o desenho lá debaixo, o da Mariana? Pois ela levou para a aula e deu de presente para a professora dela... Está em exposiçao na parede da sala de aula agora. Tornei-me famosa na primeira galeria de arte: a da pré escola.

Fim

Um homem quando morre é enterrado.
Uma árvore quando morre é desenterrada.

Ando numa fase de mais imagem do que texto... O desenho é meu, mas a pintura é da artista que aparece na foto: a Marianinha. Muito sensível ela, principalmente as cores das coxilhas :)

Quinta passada fui convidada a participar de uma tarde de campo sobre bovinos de leite no interior de Camaquã, uma localidade chama Querência. O dia tava nublado e recém tinha parado de chover. A propriedade que visitamos era de uma família de pequenos produtores que estavam trocando a plantação de fumo pela criação de gado de leite. Gente muito simples, muito querida e que nos recebeu muuuuito bem.
O mais engraçado era eu enfiando o pé no barro, me trancando no meio de arame farpado, um vexame. Fiz questão de fazer gozação de mim mesma dizendo que era guria de apartamento (e até os sete anos era mesmo, fui ver uma vaca de perto aos 18, sim, sim).
O lugar era um paraíso, belíssimo mesmo, vi uma terneirinha de três dias a coisa mais linda!
E ainda flagrei esses passarinhos todos num mesmo ramo de bambu, três pinguinhos de tinta num papel branco.